O poema é de Fernando Pessoa (ele mesmo) e traz um dos grandes jogos desse poeta português que é de separar sentimento e razão. Tanto este poema quanto outros, como "Autopsicografia", mostrarão que o sentimento não cabe no poema, mas sim o sentimento filtrado, trespassado pela razão. É por isso, também, que o poeta termina esse poema com a ironia de que quem deve sentir alguma coisa num poema é o leitor, não o autor.
Isto (Fernando Pessoa)
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
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- O projeto "Longa jornada livro adentro: a análise de textos literários" visa incentivar a leitura e a interpretação de textos de diferentes épocas e estilos. O grupo fará oficinas quinzenais, aos sábados pela manhã, em que se debaterão obras, tendências e outros assuntos do mundo da literatura. Aqui, você confere os tópicos em pauta, os principais itens discutidos nas reuniões e a organização para os encontros futuros. As oficinas se realizarão no auditório da UFFS.
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